A exposição trará os potes sagrados: ciência encantada de grande importância em qualquer ramificação das religiões e ritos de matriz africana, como Ketu, Angola, Jeje Narin, Ifà, Jurema e até mesmo na Umbanda.

Os Potes de Abô são ervas colhidas da natureza, que após os pedidos de licença aos donos da terra, essas ervas são despertadas, maceradas e colocadas nos potes de barro, que são de suma importância para os começos dos trabalhos dentro de uma casa de Asè.

Na umbanda são usadas Najes de Agate que são maceradas pela entidade chefe daquela casa, que pode ser um caboclo, preto velho ou até mesmo pelo Exu chefe daquela casa. Na jurema, além dos potes de ervas, existe um pote sagrado da própria “jurema”, que é uma bebida preparada numa grande ritualística pelos caboclos da casa, em que essa bebida é rezada e sacramentada e dividida com todos ali presentes. Nas Nações Angola e Jeje também é feita essa ritualística, pois também cultuam-se os caboclos.

A exposição vai trazer ainda o Pote de Okutà, otà considerado o coração do orixá, otà são as pedras Sagradas colhidas nas cachoeiras; o Porrão do Tempo, pote de água que fica nos pés de Tempo, Orixá patrono da Angola e os Potes Ancestrais Yamis, dedicados às mães ancestrais, feitos em cabaças de formatos diferentes.

“Sem ervas não tem Orixá, Nkise ou Força Ancestral.”

Isabel Azevedo, mais conhecida como Ejedy Obaluangê ou mãe Bel, é fundadora da marca Bellartess, em que produz arte no tecido, como: roupas africanas e afro religiosa. Artista plural, é costureira, artesã, figurinista, cenógrafa, artista de rua, contadora de histórias e instrutora de danças de religiões de matriz afro-brasileira. Mãe Bel é figurinista e integrante da Cia Lelê de Oyá e do núcleo de Estudos em Corporeidades Negras.