A Romã Atômica produtora, em parceria com membros do Núcleo de Pesquisa Drama Seis, propõe o projeto: 200 Anos de Maria Firmina dos Reis. Relativamente ainda pouco conhecida, Maria Firmina dos Reis (1822-1917) pode ser considerada a primeira romancista negra brasileira. Seu primeiro romance, Úrsula (1859), de temática abolicionista e assinado com o pseudônimo Uma Maranhense, foi redescoberto somente na década de 1960, pelo bibliógrafo e colecionador Horácio de Almeida. Nos últimos anos, Úrsula ganhou novas edições e Maria Firmina tem sido citada em teses e dissertações das áreas de literatura, história e sociologia.

16 de maio, às 20h, com Rafael Balseiro Zin.
Título: Maria Firmina dos Reis através das imagens
Sinopse: A apresentação tem por objetivo desenvolver uma reflexão crítica acerca da representação imagética de Maria Firmina dos Reis, cuja fisionomia, mesmo sendo desconhecida dos autos da história e da historiografia literária nacionais, continua sendo veiculada de modo errôneo e distorcido, tanto em ambientes físicos quanto virtuais. Ao realizar um levantamento das principais imagens que são utilizadas para se referir à escritora, para além de apontar os equívocos, o que se pretende é apresentar algumas possibilidades recentes de criação e de aplicações dessas imagens, que estão sendo utilizadas no sentido de solucionar o impasse e de atribuir um rosto à primeira romancista da literatura brasileira.

17 de maio, às 20h, com Luciana Diogo
Título: “Álbum”: O diário de Maria Firmina dos Reis como campo de testes para a sua escrita literária
Sinopse: O objetivo é apresentar “Álbum” — o diário de Maria Firmina dos Reis — e refletir como os fragmentos da construção memorialística da autora podem auxiliar a acessar a chave de sua
invenção literária, ou seja, do seu modo de ficcionalizar. Para isso, discutiremos como as anotações do campo do privado passaram à produção literária que se pretendia pública e buscaremos demonstrar quais operações e alterações foram realizadas pela escritora nesse processo.

18 de maio, às 20h, com Régia Agostinho
Título: Maria Firmina dos Reis e o indianismo em Gupeva
Sinopse: Pretende-se discutir o romance brasiliense Gupeva, de Maria Firmina dos Reis, e como este se enquadra na temática indianista do período romântico, observando os momentos de
fissuras que Reis estabeleceu entre seu romance e as outras narrativas da grande maioria dos autores indianistas românticos, percebendo-a como uma voz dissonante de uma determinada
construção de brasilidade: branca e europeia.

19 de maio, às 20h, com Roberta Flores Pedroso
Título: Úrsula e A escrava
Sinopse: Serão abordadas as questões estéticas e literárias que circundam as obras Úrsula e a Escrava, e como estas narrativas dialogam com outras produzidas além Brasil, ou seja, o seu caráter propriamente literário, que envolve o estilo e as possíveis escolhas que foram feitas.

20 de maio, às 20h, com Agenor Gomes
Título: Muitas Áfricas na Guimarães de Maria Firmina dos Reis
Sinopse: O objetivo é demonstrar como o cotidiano de milhares de negros escravizados — ambacas, bijagós, cassanges, congos, angolas, cabindas, minas, fulas, benguelas, mandingas, moçambiques, cacheus, angicos e rebolos – arrancados de várias regiões da África, e transportados para Guimarães, no início do século XIX, pôde influenciar a obra de Maria Firmina dos Reis.

*O projeto 200 Anos de Maria Firmina dos Reis foi contemplado no EDITAL PROAC Nº 21/2021 – INCENTIVO À LEITURA / ESTUDOS E PESQUISAS CULTURAIS do Governo do Estado de  São Paulo através da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.